terça-feira, 1 de agosto de 2017

Amamentação

Não sei se para todas as mães, mas para mim a amamentação foi um dos maiores desafios que enfrentei. É o desafio TOP2, as cólicas são TOP1 disparadas (mas isso é assunto para outro post). Como todas as grávidas, eu já havia ouvido e lido que poderia doer, mas a gente sempre acha que com a gente será diferente. Bem, não foi, doeu muito, feriu, sangrou, empedrou e tudo mais. Pensei em desistir diversas vezes, pedi para o marido preparar fórmula por duas vezes, fraquejei, mas essa semana completaremos 5 meses de amamentação exclusiva. o/



Otávio mamou na maternidade, tudo certinho, colostro saindo, ele sugando e dormindo bastante. Mas a noite reclamou, tivemos que levar na complementação da maternidade nas duas noites que ficamos no hospital. Ele tomou aqueles copinhos bem pequenos de fórmula, mas nada que nos preocupasse, o leite ainda não havia descido, mas estava tudo no prazo. Em casa começamos a perceber que o leite estava descendo, agora o problema era a dor depois de tantas sugadas. Eu já estava me incomodando bastante, provavelmente a pegada estava errada, mas aí já era tarde até para tentar ajustar, o medo já havia tomando de conta, eu tinha pavor do momento da amamentação e nem conseguia mexer com ele para tentar ajustar.

Otávio dormia muito, cerca de 5 horas seguidas. A pediatra mandou acordar de 3 em 3 horas. Agora meu problema tinha aumentado, menos tempo para recuperação, mas era importante para o ganho de peso dele. Seguimos a risca a recomendação, foi sofrido, acordar de 3 em 3 horas para amamentar, na verdade o intervalo era menor, já que a conta era do início da mamada e ele as vezes passava 20 minutos comendo e nós mais 15 minutos esperando para acomodá-lo. Por pelo menos 1 mês essa foi a realidade de todos os dias e todas as noites. Lembro que uma noite eu não tive forças, pedi para o marido resolver, eu precisava dormir. Ele deu fórmula, eu me senti culpada, mas eu precisava daquelas 5 horas de sono seguidas para recuperar as forças. Deu certo, Otávio parecia que tinha um relógio na barriga, acordava de 3 em 3 horas, ganhou 1 quilo em 1 mês, estava crescendo bem, forte e saudável, mas eu sofri MUITO com a amamentação nesse primeiro mês.

Na primeira semana uma das mamas já sangrou, o desespero bateu, compramos uma bombinha manual e comecei a ordenhar. Era uma forma de aliviar a dor, mas bastante trabalhosa, tinha que ta sempre esterilizando tudo e tinha o risco do desmame por conta da confusão de bicos. A pediatra nos falou sobre um bico de silicone, compramos assim que saímos do consultório, qualquer ideia era uma luz no fim do túnel. Usei o bico por uns 20 dias, comecei a ler que ele poderia ta ajudando na entrada de ar e contribuindo para as cólicas. Não sei, mas resolvi parar de qualquer jeito. Em paralelo a utilização do bico, ainda utilizei conchas, que de certa forma ajudavam a hidratar, e uma pomada. Além disso, tentava pegar sol por 10 a 15 minutos todas as manhãs, essa parte era mais difícil por conta do Otávio, mas acho que foi a que mais ajudou. O bico de silicone acabou atrapalhando também na pega, mas com uns dois dias conseguimos normalizar.

Eu não lembro exatamente quando a dor passou, mas eu lembro que com 1 mês e 15 dias ainda sentia dor. Acho que foram uns 2 meses de dor, mas a cada dia a dor era menor e o prazer em ver meu filho curtindo tanto aquele momento crescia. Finalmente sem dor, somente alegria e muito leitinho. o/ Até que nós três pegamos um resfriado, bem no dia das mães estávamos todos doentes. A foto desse post é inclusive desse dia. Fomos comemorar nosso primeiro dia das mães, tudo parecia que ficaria bem, estávamos nos cuidando, mas o Otávio começou a comer menos. Eu não percebi logo, mas meu leite começou a formar pedras. A noite já estava com o peito super dolorido, não conseguia dormir. Lá vamos nós para o último desafio (até agora) da amamentação. Exausta, mega resfriada, fui procurar informação sobre como resolver o novo problema. Retirei um pouco do leite com as mãos a noite, ofereci o máximo para o Otávio, acabei dormindo mesmo com dor. No outro dia mais descansada, e depois de muitas mamadas do Otávio intercaladas com retiradas manuais, consegui finalmente normalizar.

Passados todos esse desafios, e principalmente, resolvidos todos esses problemas, hoje eu consigo perceber o quanto apoio e informação são importantes. Meu marido fazia as caretas de dor junto comigo rsrs perguntava se tava doendo muito, ficava ao lado. As vezes no desespero eu falava em mamadeira e ele falava "vamos tentar mais um pouco, vamos ver outra solução". Conseguimos juntos sem dúvida. Muitos posts na internet ajudaram e espero que esse também possa ajudar alguém. Só posso dizer que tudo passa e nada é mais lindo do que ver uma criança sendo alimentada, seja qual for a fonte, mas eu sou muito feliz amamentado o meu rapazinho. E sei que ele é quem mais curte esse momento. Quando ele não dorme rsrs ganho lindos sorrisos de agradecimento por termos superado tudo isso.

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